sábado, 25 de junho de 2011

HÍERONYMUS BOSCH



O estilo de Hieronymus Bosch é único, e podemos dizer que sem paralelo na tradição pictórica holandesa. A sua obra em nada pode ser comparada à dos artistas da sua época tais como Van Eyck. A maior parte dos temas deste pintor gira em torno de cenas da vida de cristo, ou de algum santo que se confronta com o mal e o pecado, ou então pinta magistralmente alegorias acerca da insensatez, loucura e pecados do ser humano. Se repararmos bem a obra de Bosch é extremamente atual, e muitos anos depois vemos a sua influência pairar sobre o Expressionismo e mais tarde sobre o Surrealismo!
A primeira obra que aqui aparece denominada de "Ecce Homo", vemos cristo coroado de espinhos e sangrando dos golpes de chicote. Cristo permanece com Pilatos e a sua comitiva perante a multidão excitada. A discussão entre Pilatos e a multidão é reproduzida pelas inscrições, que ali têm a função de legendas. Da boca de Pilatos saem às palavras "Ecce Homo" - "Eis o Homem". A inscrição "Crucifige eum" - "Crucifica-o" - quase não é necessária: a expressão distorcida dos rostos e os gestos ameaçadores das pessoas mostram, indubitavelmente o seu ódio. O que Hieronymus Bosch procurou aqui nesta sua obra foi representar o paganismo de Pilatos e da sua comitiva pelos trajes e toucados estranhos entre eles um turbante pseudo-oriental. A maldade intrínseca da cena é caracterizada por certos símbolos tradicionais do Mal, como por exemplo, a coruja que se vê alojada no nicho sobre a cabeça de Pilatos e o sapo gigante que decora o escudo de um dos soldados presentes na cena. Ao fundo do quadro vê-se o largo de uma cidade: numa das torres está içado o quarto crescente da Turquia. Os Turcos e os seguidores do profeta Maomé que dominavam a maioria dos santuários da cristandade eram, para os contemporâneos de Bosch, os símbolos dos inimigos de Cristo. Os edifícios ali pintados não têm, no entanto qualquer sinal de islamismo, apenas uma distante torre de base bojuda evoca lugares longínquos. Esta obra de Bosch é Óleo sobre madeira, tem 75x61 cm e encontra-se no Frankforte Galerie na Alemanha. Na segunda obra que aqui vemos intitulada de "Cruz às Costas", H.Bosch mostra Cristo carregando a cruz que o irá sacrificar perante a multidão. A cabeça do redentor, coroada de espinhos distingue-se da multidão de espectadores maléficos e de soldados de faces e bocas retorcidas tão do agrado deste pintor. O único rosto sereno é o de Cristo que de olhos fechados quase que se isola da turba ululante que o rodeia. Caminha para a morte em paz e sossego e este contraste são realçados pelo pintor de uma forma magistral! Esta obra é também Óleo sobre madeira, tem 57,2x32cm e pode ser vista no Kunsthistorisches Museum em Viena.

Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário